"Agora estou em Porto Alegre. Consegui sair de Rio Branco com muita dificuldade. Não há como descrever nem fazer alguém acreditar no que está ocorrendo naquele fim de mundo. É horrível demais para explicar num relato breve no facebook.
Mas alguém precisa dizer a verdade. E a verdade está em Rio Grande. Bem que eu senti uma coisa estranha quando sai da city de férias.
No entanto, as repercussões vão além da imaginação convencional e quando eu contar o que aconteceu, o que vivi, tenho certeza que 'eles' irão tentar me pegar. E tenho quase certeza que irão conseguir isso, mas o dossiê já está preparado e em lugar seguro.
Só espero chegar a tempo a Rio Grande, antes que a história seja distorcida ou eles consigam abafar o caso.
Deus só de lembrar o que eu vi acontecer às pessoas em Rio Branco meu estômago já fica embrulhado. Ainda não acredito que consegui escapar praticamente ileso.
Mas acho que nunca mais irei conseguir dormir.
Vou encerrar agora, estou ouvindo passos apressados pelas escadas deste hotel de quinta categoria em que me refugiei na capital. Espero que não sejam eles.
Agora os passos, mais cautelosos, estão se aproximando da porta do meu quarto.
Ouço vozes abafadas.
Estão forçando a porta.
Preciso enviar isto pra alguém e rápido.
‘Se alguém ler isto, por favor, investigue, alguém precisa contar o que a UTMIB está fazendo em Rio Grande.’
Vejo uma botina despedaçar parte da porta e um rosto, escondido atrás de uma pistola, gritando:
-Tu ai? Afasta as mãos deste computador. É uma ordem.
Eu aperto uma tecla do notebook e envio a mensagem acima para minha lista de emails.
-Hein, cara, tu não ouviu? Não aperte mais nenhum botão dessa porcaria, senão...
Mas eu clico no botão do programa que instalei para apagar de vez a HD da máquina.
-O que foi que eu disse para tu não fazer?
E foi quando eu vi tudo se apagar.
NOTAS:
1.TENTAR ACHAR A TESTEMUNHA = paradeiro desconhecido.
2. AINDA ESTÁ VIVA?
3.ONDE ESTARÁ O DOSSIÊ?
Nenhum comentário:
Postar um comentário